O jovem Phakamani Ndlovu, de 23 anos, há poucos meses foi submetido a uma cirurgia de circuncisão e não tem vergonha de falar a respeito. Ele foi operado no Hospital McCord, em Durban, na região da África do Sul com maior incidência de HIV. O país, por sua vez, tem o maior número de soropositivos no mundo. São 5,6 milhões de pessoas de um total de cerca de 50 milhões de habitantes.
Phakamani decidiu fazer a operação porque, com ela, seu risco de ser contaminado por Aids é muito menor – o McCord estima que seja reduzido em 60%. O contato com hospital, além da operação, lhe rendeu um emprego como assistente administrativo na instituição.
A circuncisão é a remoção da pele que recobre a extremidade do pênis. Estudos apontam que, quando presente, essa pele facilita a proliferação de vírus e bactérias.
Acho que em geral os homens não têm dificuldade em fazer a circuncisão. O problema maior é que muitos não querem nem fazer o teste para saber se estão contaminados”, explica o jovem, ao atender a reportagem doG1.
Ele conta que a cirurgia foi tranquila, mas que o exame para identificar se o paciente tem HIV é obrigatório antes da intervenção.
A operação é feita com anestesia local e os pacientes podem ir embora no mesmo dia. Ainda ganham o direito a um check-up posterior, para garantir que esteja tudo certo. O McCord já operou mais de 1.500 homens entre 15 e 49 anos, faixa atendida pela sua unidade especializada. A iniciativa recebe verda do governo dos EUA.
Durban fica em Kwazulu-Natal, terra dos zulus, a maior etnia da África do Sul. Sua cultura, por algumas circunstâncias, é também uma facilitadora da transmissão da doença. Nas áreas rurais, a estrutura social ainda é patriarcal. Os homens podem se relacionar com muitas parceiras.
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